20 novembro 2006

Como se faz amigos?

Engraçado como de uma hora pra outra, nos damos conta do quanto alguém se fez fundamental nossas vidas. De repente, não mais que de repente – só para citar Vinicius – aquele simples conhecido se tornou uma pessoa tão íntima, e com quem compartilhamos vários segredos.
De uma certa forma, imagino um roteiro para conseguirmos tal transformação. Primeiro, é necessário a simpatia recíproca, alguns gostos parecidos – pode até ser a mania de escutar Sidney Magal – prazer em estar junto, mesmo que não por muito tempo e uma infinidade de assuntos para conversar.
Aos poucos, as conversar acontecem com mais freqüência e de repente a gente se pega fazendo confidências, isso porque em algum momento surgiu a sensação de confiança, o quê eu nem tento explicar.
Eis que em uma tarde de chuva e melancolia, a gente sente vontade e se sente a vontade pra ligar pra alguém com quem temos em comum a mania de escutar Sidney Magal. Só pra se diverti, só pra passar a tarde e dar boas risadas.
E a partir desse dia, todas as tardes chuvosas e melancólicas – principalmente no domingo – você passa com essa pessoas, já que sem saber muito bem porquê, estar com esse alguém te faz esquecer dos buraquinhos que outra pessoa deixou no coração.
Aos poucos, vêm as festas, as bebedeiras – ótimas oportunidades de testar a lealdade dessa pessoa divertida – começam a dormir um na casa do outro, dividem o almoço, pegam dinheiro emprestado para pagar a “perder de vistas”, freqüentam cinemas, suportam o período de TPM, se dão as mãos na hora de fazer tatuagem, oferecem os ouvidos e o colo. É nesse momento que a gente percebe que fizemos um amigo, e que sem esse amigo a vida não é mais a mesma coisa.
Talvez existam segredos para manter essa relação. Fundamental mesmo é o amor – plagiando Tom Jobim – além de muita de confiança. Precisa também companheirismo, porque um dia ou outro a gente tem que se ceder pra esse amigo. Respeito e boas gargalhadas também são muito bem vindos. E por último e mais importante, afim de agüentar as maiores chatices do outro, uma dose extra de paciência.









Obs: Eu não gosto de Sidney Magal!

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