29 setembro 2006

Encontros

Essa semana, pra mim, foi uma semana de encontros. No domingo encontrei a Marília, a Júlia e a Luiza, meninas que estudaram comigo no Catarinense e que não via desde a nossa formatura, praticamente. Ontem encontrei a Flávia e conheci a filha dela, a Vitória - linda, uma boneca, fiquei encantada e juro, tive vontade de ter um filho. E depois ainda encontrei a Déborah. Amiga desde o tempo do Dom Jaime, pessoa que encontro uma vez por ano, mas mesmo assim, por quem guardo imenso carinho e que preservo na minha curta lista de amigos verdadeiros. Sim! amigos desses que não preciso ver todos os dias, pra saber que são verdadeiros, desses que permitem que sejamos livres, que tenhamos outras pessoas e que, mesmo assim, nos oferecem a mão quando as coisas se complicam.
Nós duas colocamos nossas vidas mais ou menos em dia, acabamos conversando sobre outras pessoas, dessas que a vida nem trata de afastar muito em termos geográficos, mas que ideologicamente quase param no tempo, e não acompanham nosso crescimento. Voltei pra casa com uma sensação de satisfação imensa misturada com uma certa frustração por ter me afastado de gente que gostaria ter por perto mais vezes, mas que a vida adulta - ou pseudo-adulta, com diz a Déborah - não permite, porque temos responsabilidades e falta tempo pra dedicar a certas amizades antigas. Às vezes, é muito chato "crescer"!





Sim! Ando nostálgica ultimamente!

28 setembro 2006

Contrato de amor

Tenho amor para dar. Troco por carinho, atenção e disposição para ser feliz. Não peço mais do que mereço, apenas o suficiente. Exijo, contudo, tudo o que tens a oferecer. Se o tudo for pouco, não me importo, desde que eu tenha tudo. Aceito ligaçoes de madrugada, palavras ditas ao léu, flores, músicas, bilhetes. Do contrário, não quero. Vou procurar alguém que seja disposto a valorizar minha maneira louca de amar.

Quero um amor por inteiro, alguém que queira amar até doer e pense que ver o pôr-do-sol comigo, seja o melhor programa para domingo. Quero alguém que divida os problemas, mas também as coisas boas, o chocolate, a coca-cola e a cama.

Alguém capaz de me acalmar com um abraço e para quem eu possa correr quando o medo tomar conta de mim. Aliás, quero alguém que se preocupe comigo, que me mande calçar um chinelo, colocar um casaco, comer direito. Que cuide de mim e que me queira bem em tempo integral.

Quero alguém que saiba entender que passar tardes ociosas com meus amigos, pra mim é muito importante. Quero alguém avesso à preconceitos e que adore meus amigos tanto quanto eu. Quero alguém que me apresente para os amigos com orgulho no olhar – e de mãos dadas.

Preciso de alguém que respeite meu gosto musical diversificado, que cante comigo a Valsinha, do Chico e que me acompanhe quando eu resolver sambar. Quero alguém que ache engraçado quando eu exagerar na champanhe – e se eu resolver cantar aos gritos minha música preferido, então que cante junto - e que no outro dia, vá a farmácia comprar Epocler.

Quero passar meus fins de semana fazendo nada e admirando a beleza de alguém que também me admire, mesmo às sete da manhã ou com meus constantes quilos a mais. Quero andar de mãos dadas no supermercado, no shopping, na vida. Quero sair de carro, procurando lugares bonitos para admirar enquanto sou mimada.

Quero um companheiro para as minha aventuras, minhas loucuras, alguém para quem eu possa ligar a qualquer hora do dia e da noite. E quantas vezes me der vontade de ligar. Alguém que me dedique poesias e cante músicas baixinho no meu ouvido – ou que toque no violão a música que eu quiser escutar.

Dispenso as dúvidas, a indiferença e o medo do futuro. Quero viver o presente e ser capaz de me encher de sonhos. Quero fazer planos, projetar uma casa, escolher nomes de filhos, mas que essas coisas não façam sombras aos meus dias de adolescente apaixonada. Quero voltar a ser uma adolescente apaixonada, e andar de mãos dadas na praia.

Sim, tenho muito amor para dar. E não peço muito em troca.. Apenas alguém que seja capaz de amar tanto quanto eu. Preciso de alguém que me diga o quanto sou indispensável. Quero alguém capaz de enfrentar o mundo por mim, e que saiba que isso realmente vale a pena.


Jully Anne Fernandes
08/03/06

Música

Existe coisa mais linda do que música?
Parei pra pensar nisso no show dos Engenheiros do Hawaíi, dia desses. Quem me visse, pensaria até que eu estava apática diante do espetáculo. Ah, mas se as pessoas pudessem enxergar o que em mim se passava! Fiquei admirando o momento. A banda tocando, a platéia acompanhando, a maioria absorvidos no mesmo ritmo, na mesma melodia, na mesma poesia.
Coisa fantástica essa de cinco - ou sei lá quantos - instrumentos tocarem em tamanha sintonia, que faz a gente viajar, o corpo balançar. Alguém já parou pra pensar que coisa linda é fazer música? É tanta harmonia, que chego a me arrepiar.
Sim! Fico sem palavras pra me fazer entender. Acho que tem gente que ouve música, como ouve a qualquer outro barulho no mundo. Mas eu fico assim, escrevendo, pensando na vida e escutando Chico - obrigada Grazi, por me apresentar ao Chico também! - e fico com inveja porque meu talento é muito pequeno perto dele. Escuto Los Hermanos, Maria Rita, Zeca Baleiro, qualquer coisa e fico encantada, e de certa forma morrendo de inveja. Mas sou grata porque eles falam por mim. Pena que não dá pra colocar música aqui no blog.

27 setembro 2006

Hoje

Fiz algo de que estava precisando.
Passei a tarde na cama, embaixo das cobertas. De pijama e tomando chocolate quente.
Precisava me esconder do mundo pra encontrar quem sou eu mesma. Essa dúvida tem me atormentado, e o silêncio sempre fala muitas coisas nessas horas.
Hoje meu nome é Saudade - de alguém que não vai voltar nunca mais porque, de certa forma, já morreu. Hoje sou uma melancolia em forma de gente, sou uma tristeza, um choro seco. Hoje sou um grito que se cala, sou o rosto lindo sem o sorriso lindo, sou os olhos azuis e tristes. Sou o coração apertado, sou o medo que tenho de mim mesma.
Hoje sou a criança que a minha mãe diz que eu sou - Sim, mãe! Tens razão. Hoje sou o meu prórprio erro e a não-tentativa de acertar. Sou um pouco de música - do Los Hermanos - e um pouco de poesia. Sou tédio, tristeza, arrependimento, orgulho ferido, necessidade, hábito, perda e um tantinho de amor.
Sou tudo isso que contém uma Jully em algum lugar. Só hoje! Amanhã tô de volta!

26 setembro 2006

Telefonema ilustre

Não gosto muito de falar de política, nem deixar evidente minhas inclinações partidárias. Quer dizer, não tenho inclinações a nenhum partido. Apenas sou alheia a outros.
Mas me vi na obrigação de contar que hoje o Presidente Lula me ligou. Sim! Não tinha como não reconhecer a voz, nem a língua travadinha. Quando ele se identificou, deu vontade de desligar na cara, como forma de protestar. Mas esperei que ele me falasse o que queria. E ele falou dos beneficios do fome zero, e mais alguma coisa que não me lembro bem. Daí ele, enfim, pediu meu voto! Mas quando eu fui questionar e perguntar porque ele é sempre tão alheio ao que acontece nessas CPI's, quando quis saber porque ele não estuda um pouco para poupar o povo brasileira da vergonha de ter um presidente que fala tanta asneira quanto ele (a melhor de todas: eis que nosso Excelentíssimo Presidente discursa em Johanesburgo e solta: nem parece que estou na África, porque a cidade é muito limpa e têm muitos brancos na rua! ai Presidente, não faz isso comigo!), quando eu quis saber porque ele mudou tanto seus conceitos políticos quando chegou `a presidência, ele desligou na minha cara! Droga!
Era só uma gravação!

25 setembro 2006

Meu problema é que eu penso demais!

Hoje eu tô assim. A inércia tomou conta de mim. Tô o dia todo pra escrever uma matéria sobre eleições pra entregar amanhã de manhã, e não passei do título. Meu corpo dói, minha cabeça também, até uma gripe começou a me dominar. Meu psicológico me domina completamente. Quando não tô muito bem emocionalmente, meu corpo logo sofre. E meu poder criativo também.
Tô quase me deixando derrubar por isso tudo. Minha tendência a depressão hoje foi mais forte do qualquer coisa. Tô cansada emocionalmente. O william, esses tempos, disse que eu ia surtar logo logo. Acho que já comecei. Tô com aquela sensação de mediocridade - odeio pensar em ser medíocre. Sensação de não estar fazendo as coisas certas. Sensação de impotência. E aquela perguntinha: será que tá valendo a pena? Será que fiz as escolhias que era pra ter feito? Eu já nem sei mais.
O Argos - acho que é o Argos - diz que meu problema é que eu penso demais. E sinceramente eu concordo. Refletir demais dá trabalho, e as pessoas que não pensam tanto são mais felizes - tenho essa teoria há um tempão. Mas hoje, de novo, tive que concordar com o Argos. O problema é que por pensar demais, acabo achando muitos problemas - e nem sempre encontro soluções. Além do que, penso demais em quem não deveria pensar.
Pra complicar a minha vida, tem essa saudade absurda que me invadiu. Engraçado porque no sábado conheci um carinha muito fofo, e parece que minha saudade da criatura ficou maior do que já era. Não sei o que aconteceu. Por que eu sinta tanta falta? Eu não entendo. Só consigo pensar que quero vê-lo. Daí eu fico assim. Vontade de não sair da cama nunca mais, vontade de dormir, dormir, dormir, dormir e dormir mais um pouco. Vontade de apertar o botão Desliga e não pensar em nada. Vontade de não precisar fazer nada. Será que preciso de férias? Pode ser. Mas meu cansaço não é tanto físico. É mais emocional, mesmo. E pra isso, não sei onde se tira férias.

Mais saudade!

Desde ontem eu tenho sentido uma saudade absurda... como já disse, saudade que dói mais do que cólica e dedo trancado na porta. Sei que estou sendo repetitiva nesse assunto, mas é que às vezes acho incrível. Sabe quando dá vontade de arrancar a pessoa da lembrança e abraçar? Tô assim mesmo... Sinceramente, nem sinto vontade de fazer mais nada... sentei e resolvi desprezar o tempo, mas ainda há mais pra esperar. Todas a músicas me fazem lembrar de uma pessoa só, e quando fecho os olhos é o rosto dele que me vem à tona. Gente, é horrível. Eu tento não pensar, mas não adianta.
Eu faço então um apelo: se alguém tiver um remédio que me cure desse mal, por favor me fala. Porque as minha táticas não estão funcionando. Credo! Não quero mais sentir isso!

23 setembro 2006

Errata!

No dia 17 de setembro, escrevi sobre meu inferno astral. Coloquei aqui que tenho me surpreendido negativamente com muitas pessoas. Tudo bem, eu confesso! Tinha uma boa dose de carência e TPM no momento em que escrevi aquilo.
Sim! Me decepcionei com algumas pessoas... e muito mesmo!
Mas também tenho feito amigos maravilhosos, tenho tido boas surpresas, tenho descoberto amigos em quem eu não esperava. E amo a cada um deles infinitamente. E agradeço por tê-los por perto!
Perdoem pelo exagero - sou sagitariana, tenho tendência ao drama!
Esses dias coloquei no orkut que há tempos tinha esquecido o quão importante são os amigos nas nossas vidas, e apesar de todo o ocorrido - e tal vez por todo o ocorrido - lembrei novamente que nåo sei ser coisa alguma sem meus amigos comigo.
Desculpem por ter esquecido disso quando escrevi na semana passada. And thanks for all!

22 setembro 2006

Há um ano

Exatamente há um ano atrás, eu estava numa cama de hospital - lembrar disso merece uma postagem. Calma! Não se assustem! Não infartei, embora a dor que eu senti chegava, por vezes, a me fazer pensar que não suportaria.
Eu que achava que estava sentindo uma dor no quadril por causa do excesso de tempo em que permanecia sentada, levei um tremendo susto ao descobrir que, na verdade, minha dor era causada por um tal de cisto pilomidal, que se instala no coccix - vulgarmente conhecido como cofrinho.
Isso! Pense numa agulha espetada no seu coccix. Pra qualquer lado que você se mexe - vertical ou horizontalmente - dói. E dói muito. Uma dor absurda, que não desejo pra ninguém. Fiquei uma semana na cama, antes de fazer a cirurgia. E mais umas duas semanas evitando andar, sem poder subir e descer escada, fugindo de cadeiras e sofás. Sem contar que - agradavelmente - a cirurgia não requer ponto, uma vez que a região necessita fechar naturalmente. Ou seja, depois de toda a imensa dor, fiquei um mês com um buraco no coccix, e mais uns dois meses com aquela ferida ali. São três meses, no total, fazendo curativos diários - a situação é bem humilhante. O negócio todo, falando assim, é meio nojento. Mas acreditem. A dor é além, muito além do que eu consigo explicar.
Eu tive certeza, naquela época que eu era alguém muito ruim, para ser merecedora de tanto sofrimento. Depois de uma semana dentro de casa, olhando o mundo pela sacada do quarto, lembro que saí agradecendo muito por poder voltar a vida, foi um alívio imenso ver as coisas de perto novamente.
Nem sei porque quis escrever sobre isso. Acho que quis compartilhar um pouco do meu sofrimento daépoca, embora com certeza ninguém consiga entender realmente o inferno pelo qual passei. De qualquer forma, é bom desabafar. hehehe. E não custa dizer... esse tal cisto pode acontecer com qualquer pessoa, então fiquem ligados quando sentirem uma dor estranha no famoso cofrinho.

21 setembro 2006

Sonhos!

Hoje me lembrei de que quando eu era criança, eu tinha dois sonhos. Um deles era de ser uma grande escritora. Quando eu era criança, era mais fácil acreditar nos meus sonhos, como diz a Déborah, têm coisas que a vida pseudo-adulta trata de destruir. Mas, de qualquer forma, enquanto pensava nisso, renasceu em mim a vontade de escrever o tal livro. Não tenho a pretensão de ser uma grande escritora, sou mais inclinada a ser uma Bartleby - aquele personagem, acho que do Melville, que ficou conhecido pela sua preferência a literatura do não.
Aliás, muito provavelmente não tenho talento para ser também uma grande escritora. Meus planos, ultimamente, têm sido menos pretensiosos. Me contento com a idéia de escrever um livro, plantar uma árvore e (quem sabe) ter um filho. Meu livro não precisa ser um best-seller, e minha árvore não precisa ser um baobá, basta apenas que sejam meus, minha obra, minha arte, um pouco de mim.
Meu livro, no entanto, já comecei a plajenar como será. Terá algumas poesias de eu menina, alguns textos meus - claro! - de eu já grande - e uma parte dedicada a Drummond, Clarice e Vinicius. Sim! Porque eles merecem todo o espaço do mundo.
Queria saber escrever metade do que eles sabiam. Melhor! Queria ser capaz de sentir metade do que eles sentiam. Porque escrever, sinceramente, todo mundo sabe. É técnica. Mas ser artista das palavras é privilégio consentidos a poucos. E pra ser artista tem que ser capaz de sentir muito, amar muito, sofrer muito, ficar muito feliz, ser descontente o tempo inteiro. Talvez eu esteja no caminho, mas ainda falta muito pra chegar lá.

Vinicius de Moraes

Soneto da Separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silêncioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

19 setembro 2006

Frases De Clarice!

Já escrevi sobre a Clarice aqui, mas por ela me permito ser redundante. Alguém falou que ela é melancólica. Perdoa Senhor, eles não sabem o que dizem! Não sei quem foi, e nem por que motivo falou isso... mas escolhi trechos, citações, frase da musa, pra mostar que o quê ela escreve é lindo!!


"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: pelo menos entender que não entendo."


"Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca."


"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada."


"Na minha impureza eu havia depositado a esperança de redenção nos adultos. A necessidade de acreditar na minha bondade futura fazia com que eu venerassse os grandes, que eu fizera à minha imagem, mas uma imagem de mim enfim purificada pela penitência do crescimento, enfim liberta da alma suja de menina. E tudo isso o professora agora destruía, e destruía meu amor por ele e por mim. Minha salvação seria impossível: aquele homem também era eu. Meu amargo ídolo que caíra ingenuamente nas artimanhas de uma criança confusa e sem candura, e se deixara docilmente guiar pela minha diabólica inocência."



"A realidade era o meu destino, e era o que em mim doía nos outros. E, por Deus, eu não era um tesouro. Mas se antes já havia descoberto em mim todo o ávido veneno com que se nasce e com que rói a vida - só naquele instante de mel e flores descobria de que modo eu curava: quem me amasse, assim eu teria curado quem sofresse de mim. Eu era a escura ignorância com suas fomes e risos, com as pequenas mortes alimentando a minha vida inevitável - que podia eu fazer? eu já sabia que eu era inevitável. Mas se eu não prestava, eu fora tudo o que aquele homem tivera naquele momento. Pelo menos uma vez ele teria que amar, e sem ser a ninguém - através de alguém. E só eu estivera ali. Se bem que esta fosse sua única vantagem: tendo apenas a mim, e obrigado a iniciar-se amando o ruim, ele começara pelo que poucos chegavam a alcançar. Seria fácil demais querer o limpo; inalcançável pelo amor era o feio, amar o impuro era a nossa mais profunda nostalgia. Através de mim, a difícil de se amar, ele recebera, com grande caridade por si mesmo, aquilo que somos feitos."

18 setembro 2006

Saudade!

Hoje cheguei a conclusão de que não sinto mais raiva e talvez nem amor. Apenas sinto uma saudade absurda.
Comecei a entender melhor aquele texto mais ou menos assim:

Em alguma outra vida,
devemos ter feito algo de muito grave,
Para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé , doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
Dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe,
Saudade de uma cachoeira da infância,
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais,
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu,
Saudade de uma cidade,
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem estas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida...

Você podia ficar no quarto e ela na sala, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela pra faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi à consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre culpada,
Se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na internet,
A encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros,
Se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua detestando McDonalds,
Se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias...

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos,
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música,
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
É não saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que eu estive sentido enquanto escrevia
E o que você provavelmente estará sentindo depois que acabar de ler...


A sensação, eu garanto, não é muito boa!

Eu hoje joguei tanta coisa fora...

Hoje acordei com essa música dos Paralamas na cabeça, e resolvi colocar em prática. Ontem já escrevi sobre meu Inferno Astral que tá me fazendo aprender um monte de coisas, inclusive a selecionar o que me é útil. Ataquei meu armário, tirei meus sapatos velhos pra dar lugar aos novos, tirei a poeira do armário, dei uma limpadinha do que ainda vai ficar comigo. O resto, tô passando pra frente. Fiz com os sapatos e vou fazer com as pessoas da minha vida.
Assim como os sapatos, as pessoas têm que ser renovadas as vezes. Tô colocando de lado quem não merece o privilégio do convívio comigo pra dar oportunidade a outras pessoas. Precisei, de novo, me decepcionar pra enxergar isso, pra perceber que algumas pessoas estão precisando da minha atenção e talvez eu não esteja focalizando bem minhas energias. E que bom que essas pessoas são pacientes o suficiente, a ponto de terem me dado o tempo que precisei pra perceber isso. Os sapatos já foram. As pessoas estão indo. E que venham novos. Sapatos e pessoas.






Obs: Vou colocar a letra da música completa, caso alguém se interesse!




Tendo A Lua
Paralamas Do Sucesso


Hoje joguei tanta coisa fora
Vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim

O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
mas de bailarinos
e de você e eu.

Hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
mas de bailarinos
e de você e eu.

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
mas de bailarinos
e de você e eu.

17 setembro 2006

Inferno astral!

Meu inferno astral esse ano chegou mais cedo. Só pode ser. Tem acontecido uma coisa atras da outra. Não sei se é bom ou ruim. Acho que é bom, no fim das contas! Só sei que to aprendendo. Aos trancos e barrancos, to ficando mais forte.
Ontem me lembrei de novo o quanto me surpreendo com as pessoas - ultimamente mais pra coisas ruins. Fiz um brinde à minha burrice, eu merecia. Acredito nas pessoas, e me dou mal. Também brindei a babaquice alheia, porque naquele caso também merecia. Tive crises ( e uma ajudinha do álccol no corpo!) e chorei muito. Chorei porque preciso aprender a ser sozinha, infelizmente. Chorei porque não posso contar com a maioria das pessoas e isso me dói muito. Chorei porque eu sou um tantinho medíocre - logo eu! - por não ter aprendido antes o quê tô aprendedno agora. Chorei igual a criança! E dormi com aquela frase do Moulin Rouge na cabeça: Obrigada por me curar dessa ridícula obsessão pelo amor!
Bem vindo Inferno-Astral. Esse ano, pelo visto, a festa também será sua!

Um Dia de Domingo

Eu preciso te falar
Te encontrar de qualquer jeito
Pra sentar e conversar
Depois andar de encontro ao vento
Eu preciso respirar
O mesmo ar que te rodeia
E na pele quero ter
O mesmo sol que te bronzeia
Eu preciso te tocar
E outra vez te ver sorrindo
E voltar num sonho lindo
Já não dá mais pra viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir
A emoção de estar contigo
Ver o sol amanhecer
E ver a vida acontecer
Como um dia de domingo
Faz de conta que ainda é cedo
Tudo vai ficar por conta da emoção
Faz de conta que ainda é cedo
E deixar falar a voz do coração.








Musiquinha! Só pra não ficar muito tempo sem postar nada!

13 setembro 2006

Oi, eu sou a Jully!

Agora que me dei conta que nunca me apresentei aqui. É que como é blog pessoal, imaginei que não seria necessário. Mas vai que entra alguém que não me conhece, né! Antes tarde do que nunca....

Oi, Meu nome é Jully! (oooiii Jully!)
Tenho 20 anos, moro em São José, Grande Florianópolis, SC.
Sou sagitariana. E a partir daí posso explicar um monte de coisas. Primeiro que sou exagerada: não consigo ficar triste e alegre... eu morro e renasço, meu coração fica partido em mil pedaços e logo junta tudo e tô pronta pra outra. Quando amo, amo muito. E quando deixo de amar, sempre sobra um tantinho de raiva, ainda não consegui descobrir porque.
Não gosto, detesto, tenho pavor de rotina... A minha vida, eu preciso mudar todo dia. Amo música, não vivo sem e sou a maior frustrada por não ter uma voz lindissima, tipo Whitney Houston. Daí aprendi a escrever, e escrever virou um vicio, uma necessidade, uma fuga. E também minha futura profissão. Estudo para ser jornalista, e o escrever é minha ferramente de trabalho. E claro! Adoro ler! Qualquer coisa, até bula de remédio... mas nenhum livro foi tão marcante quanto o Pequeno Príncipe. Amo! Ele é como se fosse eu, e quem conhece o principezinho conhece um pouco de mim.
Sou dependente, carente, neurótica, surtada, obsessiva, compulsiva, às vezes depressiva. Mas eu sou legal. E se interessar vai ter que gostar de mim assim mesmo. A propósito, detesto que me peçam pra mudar... Quem quiser me levar pra casa, tem que levar o pacote completo. Não que eu seja inflexível. Pelo contrário, vivo em constante mudança. Mas não faço para agradar aos outros, então que ninguém tente me moldar. Na maioria das vezes, sou alguém divertida e fácil de se conviver. Sou engraçadinha, muitas vezes. Mas por favor, não me deixem criar abuso.

Tenho um probleminha em terminar meus textos. Assim como pra terminar quase tudo que acontece na minha vida. Não consigo fechar meus ciclos, eu acho... qualquer dia, volto pra terapia pra resolver isso também.

Cansei de tentar me explicar... Ai isso tá virando auto-análise. Será que alguém lê?
Quem se importa... faz assim... lê os textos. Entra e fica a vontade!

Aiiii!!!

Acho que tenho Distúrbio Bipolar. Cheguei a essa conclusão hoje. Falei pra Marina, ela disse que a maioria das pessoas que têm esse Distúrbio são loucas. Nunca nenhum médico me deu atestado de normalidade. Pelo contrário, considerando a presença do Toquinho na minha vida, sempre os médicos se inclinaram mais à minha loucura!
Isso comprova a minha teoria de hoje. E de certa maneira me consola. Ontem eu estava suuuper bem, linda, independente e bla bla bla. E hoje fui totalmente consumida por uma saudade absurda. Saudade que dói mais do que cólica, mais do que dedo trancado na porta. Meu coraçãozinho tá apertado. E agora tô com mais medo do que estava antes.
Tô aqui lutando contra o celular. Lutando pra me manter afastada e pra não ligar pr'aquele número que por mais que eu apague, já sei de cor - e que fica se repetindo na minha cabeça. Não posso ligar, já sei. Tenho que esperar, também já sei. Mas confesso que tá bem difícil. Culpa do tal distúrbio - não minha.
As horas viraram dias, e quando vi, já passou uma semana. UMA SEMANA é a eternidade pra quem ama. E eu que achava que não sabia mais viver sem - tô aprendendo a viver sem. E, Senhor, podia ser mais fácil né. Podia não ser tão importante, podia não fazer tanta falta, podia não ser tão simples de amar, podia, ai podia!
Ô, meu Deus! Qua coisa é essa que tomou conta de mim? Não quero mais, já disse... Ai saudade!! Ai falta que me faz! Ai orgulho maldito que me mantém afastada! Ai vida que separou a gente! Ai amor novo que não chega pra me consolar! Ai vida que não dá um sossego pra meu coração aflito!!

12 setembro 2006

Vamos fazer um filme!


Se a minha vida fosse um filme, a cena que estaria passando agora, seria algo como eu andando meio com pressa no meio da multidão... pressa de viver, de esquecer o que passou, de encontrar um novo amor. Ou então, ficar sem amor mesmo, e dedicar todo o meu amor a minha pessoa, que tá precisando de mim, de carinho!
A música de fundo seria aquela do Caetano que é mais ou menos assim: "De hoje em diante vou modificar o meu modo de vida. Naquele insatante em que você partiu destrui nosso amor. agora não vou mais chorar, cansei de esperar, de esperar enfim. E PRA COMEÇAR SÓ VOU GOSTAR DE QUEM GOSTA DE MIM." Linda né... eu adoro... tem caído como uma luva pra mim! Por isso, que entrou pra trilha sonora do filme que é a minha vida.
Um dia, eu juro, vou reescrever meu roteiro e vou filmar de verdade... pq aposto, que o meu filme é o mais lindo, mais divertido, mais dramátido e mais romântico de todos os filmes. Adoro isso! Adoro ser assim... Quando acho que entra um personagem que vai até o fim da história, levo uma rasteira, e a história vira... daí eu choro, choro, choro e deixo todo mundo achando que eu sou a mocinha, pra no instante seguinte me tornar a vilã. Ou quem sabe, não a vilã, mas uma daquelas lindas, inteligentes, fortes e independentes d Hollywood. É uma dessas mulheres que eu sou agora, ou quem sabe eu seja mesmo a vilã. Depende que quem assiste e interpreta... A próxima cena, ainda não sei. É Melhor deixar que o tempo tenha tempo de escrever meu roteiro, porque assim o final fica bem mais emocionante!

06 setembro 2006

A nova Independência do Brasil

Amanhã, dia sete de setembro, o país comemora o Dia da Independência. Na verdade, não sei muito bem o que temos a comemorar já que apesar do título, continuamos tão dependentes do que vem de fora quanto éramos no príncipio da história pós-Cabral do Brasil. Sim. Ainda somos colônia, somos controlados pela metrópole e despretigiamos firmemente tudo o que é nacional.
Se eu pudesse, e tivesse autoridade para tanto, gritaria amanhã “Independência ou morte!” outra vez. Talvez não as margens do Ipiranga. Talvez pela Internet mesmo, porque daí quem sabe meu grito de apelo seria escutado por todo o país. Queria ser algo como Dom Pedro foi àquela época para proclamar a Nova Independência do Brasil.
Caso eu tivesse esse poder, além da Nova Independência, proclamaria a extinção total de tudo o que nos mantém acorrentados aos grandes detentores da política mundial. Começaria pela valorização da nossa língua e cultura – e determinaria o fim de estrangeirismos e promoveria o que há de melhor da música, da literatura, da moda e culinária do Brasil.
Como essas coisas de economia não entendo bem, delegaria tais decisões a quem entende. Mas faria questão de ouvir a opinião de mais pessoas, do povo, já que parece que as autoridades esquecem que as decisões deles interferem diretamente no bolso da classe trabalhadora – e aqui incluo todas as categorias de trabalhadores. Cessaria os impostos, penso que o povo já trabalhou o suficiente para pagar impostos.
Se eu tivesse um título de autoridade, construíria mais escolas e mudaria o sistema educacional. Ensinaria nossas crianças a pensar e criticar. Proibiria televisão e Orkut para crianças. Se queremos ser realmente independentes, precisamos favorecer o livre pensamento, não precisamos de mais cidadãos alienados.
É irônico ainda festejarmos o tal 7 de setembro. Festejar o quê, se nada mudou? Infelizmente, ainda não tenho poder para determinar aquilo que a meu ver mudaria o país. Por enquanto, não me custa nada imaginar. E tentar fazer o que acho que cabe a mim fazer. Comecei pelo pensamento livre. Quem sabe, alguém concorda comigo e luta comigo pela nova independência do Brasil.

Jully Fernandes®

01 setembro 2006

Os riscos da monopolização

Por Jacques Mick e Samuel Lima em 29/8/2006

A intenção do grupo gaúcho RBS de comprar o jornal A Notícia era uma velha novidade. Nos meios acadêmicos e profissionais, por mais de 10 anos o assunto foi tratado como possibilidade. Agora, enfim, está confirmado que a RBS assumirá a gestão do jornal joinvilense no dia 21 de setembro. Fato consumado, resta-nos discutir os impactos da transação para a sociedade e a formação da opinião pública.

Os veículos envolvidos informaram em 25 de agosto que o negócio havia sido fechado no dia anterior, que o empresário Moacir Thomazi ficará no jornal por mais um ano e que o AN "poderá ficar com a atual abrangência" (o verbo condicional é altamente significativo). O valor da transação não foi informado oficialmente, mas as cifras do negócio oscilam entre R$ 50 milhões e R$ 80 milhões. O AN, com 83 anos de atuação, emprega 512 trabalhadores e faturou, em 2005, R$ 30,3 milhões. O império regional da família Sirotsky faturou R$ 860 milhões e lucrou R$ 93 milhões no ano passado.

Com a aquisição do AN e o lançamento do diário popular Hora de Santa Catarina (no dia 28), o grupo gaúcho amplia seu número de jornais de seis para oito. Somadas, as tiragens desses veículos superam em muito a do principal diário do país – chegarão em breve aos 600 mil exemplares. O monopólio da mídia, mesmo nesse formato regionalizado, tem peso desproporcional na sociedade civil. A tendência à concentração e ao monopólio no setor remonta ao fim dos anos 1960, a partir dos Estados Unidos, e é um fenômeno mundial. No Brasil, o quadro é dramático: o conteúdo jornalístico e/ou midiático servido à sociedade é controlado, direta ou indiretamente, por literalmente meia-dúzia de famílias neste começo de milênio.

Uma versão

O anúncio da venda do AN à RBS configura-se um duplo desserviço a Joinville e a Santa Catarina. Em primeiro lugar, atenta contra a democracia, na medida em que concentra ainda mais a propriedade dos meios de comunicação, subtraindo da esfera pública catarinense uma outra possibilidade de cobertura dos acontecimentos. O fim da concorrência – por menor que fosse – abre um espaço maior para manipulações de toda ordem, e a imprensa brasileira é pródiga em exemplos dessa natureza.

Em segundo lugar, ficaremos cada vez mais expostos ao chamado "pensamento único" na mídia, porta-voz da ideologia de que há apenas uma versão da verdade. A voz única é emburrecedora e contrária aos interesses da cidadania. Entre outras conseqüências, restringe sensivelmente a pluralidade das fontes de informação, estreitamento que poderá ser especialmente grave na cobertura dos assuntos de interesse de Joinville e região.

A sociedade civil reagirá à venda do maior e mais tradicional diário de Santa Catarina ao grupo RBS?







Pois é! estamos bem... massificados. Perde a sociedade, que tende ainda mais a alienação. perdemos nós, futuros e já jornalistas. Fazer o quê?

Trinta Segundos Pro Comercial

Ando um pouco sem tempo - e sem disposição - pra postar coisas novas aqui!

Então vou fazer propagandinha!

Estréia!

Dia 04 de setembro, PROGRAMA CAPPUCCINO, na Rádio Caffé.
Em dois horários: 15h e 20h.

www.radiocaffe.com.br

Apresentação:
Arielli Secco
Jully Fernandes®
Lis Nascimento
Soraya Falqueiro
Tainá Smackzilo


Agenda cultural, informações, boa música todas as tardes. E bastante descontação, porque ninguém é de ferro!



Espero que as pessoas gostem.