27 outubro 2006

Vou mudar o nome do blog para SAUDADE

Eu gosto da palavra saudade. Segundo o dicionário Priberam, saudade é a lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir.
Muitos autores já tentaram definir o verbete, e também gosto de algumas definições. Há quem diga que “saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue”. Entretanto, apesar de achar uma tremenda pretensão querer explicar sentimento, humildemente criei minha própria explicação.
Saudade é a lembrança dolorosamente prazerosa de um pedaço da gente que morreu, mesmo que ainda estejamos vivos. É a vontade de dar replay no filme da vida, para ficar repetindo sempre a mesma cena.
Saudade é aquela dor que dá no peito às dez da manhã ou às onze da noite, assim que sentimos um cheiro ou escutamos uma música. E algumas vezes, essa dor até nos faz sorrir. É a necessidade de reviver uma coisa que, no fundo, a gente sabe que não existe mais.
Saudade é um vazio, um buraco na alma, provocado pela ausência de quem se fez fundamental, e que nenhuma outra pessoa consegue cobrir. Saudade é a decepção que a agente sente quando acorda de um sonho e percebe que foi só um sonho.
O grupo musical Biquini Cavadão disse que “a saudade acorda a beleza que faz sofrer”. O Chico Buarque disse que “a saudade mata a gente”. Concordo com ambos. Saudade nos consome aos poucos: é um monstro com o qual precisamos conviver. Porque, de repente a gente percebe que, no fim, saudade foi tudo o quê restou…

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